segunda-feira, 11 de julho de 2011

Medida Macroprudencial – Circular BACEN 3548 de 08/07/2011

O BACEN atuando novamente através de uma nova circular lança mão de mais uma tentativa de segurar a queda do dólar, hoje a menor taxa em vários anos.
Ao tomar medida para baixar a posição vendida dos bancos no câmbio, espera evitar assim alguns exageros.
A posição dos bancos no mercado de câmbio vendida revela que houve mais fechamentos de câmbio para venda, ou seja, mais pessoas comprando moeda estrangeira para pagar compromissos no exterior como importações, serviços, transferências para o exterior ou para o turismo.

O dólar baixo prejudica principalmente as empresas brasileiras, pois a possibilidade de importação de um produto mais barato gera uma perda de competitividade aos produtos brasileiros. Também os exportadores, quando entram no mercado para vender moeda estrangeira oriunda de suas negociações são sobremaneira penalizados com o recebimento do contra valor em Reais menores do que suas projeções iniciais.

Alguns analistas avaliam que essa forte posição vendida das instituições financeiras no mercado de câmbio é um dos fatores principais para a baixa do dólar e também demonstra a aposta que todas estas entidades estão fazendo na queda da cotação.

Antes da Circular 3548 os bancos deveriam recolher, sobre a forma de empréstimo compulsório, somente quando sua posição excedia USD 3 bilhões. A Circular 3548 determina que os bancos têm de recolher 60% de compulsório sobre a posição vendida que exceder US$ 1 bilhão, ou o patrimônio de referência, o que for menor.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A evolução da taxa PTAX.

Para aqueles que não conhecem a sigla Ptax, uma breve explicação faz-se necessária. Ptax é uma taxa de câmbio calculada e divulgada todos os dias pelo Banco Central do Brasil.  Esta taxa serve de referência em contratos, despesas, impostos e demais valores que tem como base o Dólar Americano.

Até o dia 30.06.2011, consistia na taxa média de todos os negócios com dólares realizados naquela data no mercado interbancário de câmbio com liquidação em D+2 ,ou seja, dia útil mais dois dias úteis. A Ptax era uma média ponderada pelo volume financeiro de todas as operações à vista registradas pelo Banco Central e sua divulgação era efetuada ao final do dia.

A partir do dia 1º de julho de 2011, a Ptax esta sendo calculada com base na média aritmética de taxas fornecidas em determinados intervalos pelos dealers de câmbio (bancos por meio dos quais o BC atua no mercado de câmbio). Para obter esta média o BACEN fará a consulta de forma automática em quatro intervalos no dia (das 10:00hs às 10:10hs, das 11:00hs às 11:10hs, das 12:00hs às 12:10hs e das 13:00hs às 13:10hs), as duas maiores e as duas menores taxas obtidas de cada consulta serão desconsideradas.
A divulgação da Ptax do dia será efetivada logo após a última consulta e não mais ao final do dia como ocorria anteriormente.
Até o dia 30 de setembro deste ano, a taxa Ptax continuará a ser calculada com a apresentação de uma diferença fixa de 0,0008 real por dólar entre as suas duas taxas (compra e venda).
Todas estas mudanças foram apresentadas pela circular 3506 do BACEN datada de 23/09/2010 com alterações pela circular 3537 de 25/05/2011.
Com essa nova metodologia se pretende uma formação da Ptax mais transparente e menos passível de manipulações por parte dos agentes. A sua eficiência será vista na passagem de julho para agosto, visto que é no final do mês que a batalha pela formação da Ptax (do mês) se concretiza.
A nova diretriz de horário de apuração da taxa Ptax, a partir do último dia 1º, tem a função de  neutralizar os movimentos de giro no interbancário.
As críticas pela adoção desta nova diretriz é que poderá gerar uma concentração de operações no período matutino e também a perda da representatividade desta taxa. Isso se deve ao fato de que devido ao fuso horários muitos estrangeiros só começam a operar após as 13 horas, momento final da formação da Ptax.